Residência Artística
Além de ser um Centro de Educação, Arte e Apoio Social, a Casa Amarela Providência também possibilita o acolhimento de artistas residentes - do Brasil e de outros países - no Morro. Em parceria com a Casa Amarela, os artistas articulam seus trabalhos com os projetos já estabelecidos no cotidiano dos viventes da Casa, como oficinas educativas, artísticas e culturais que geralmente se expandem para todo o território da Providência.
Atualmente esse processo se encontra em fase de reelaboração, pois a Casa Amarela direciona suas forças nas ações voltadas para a redução da disseminação do Coronavírus e transformação do impacto econômico e social nas famílias afetadas.
Se tiver interesse em participar da nossa residência nos mande sua proposta de projeto por e-mail : casaamarelaprovidencia@gmail.com, e logo entraremos em contato com você!
Dê uma olhada nos últimos artistas em residência:
Diego Mouro
Em 2020 Diego passou a semana da Consciência Negra conosco, construindo seu percurso em auxílio ao nosso trabalho de arte educação pela dança, e a partir disso, o artista representou em suas pinturas jovens e erês viventes na Casa. O mural pintado pelo artista faz referência às crianças em movimento, em plena performance, seu trabalho garantiu a essência da cena de uma forma íntegra e emocionante.
A produção artística de Diego Mouro tem como foco central o resgate de sua ancestralidade. Suas obras representam o respeito e a honra às histórias de seus ancestrais que, em algum momento, foram deixadas para trás, mas agora têm a chance de serem celebradas, alteradas e preservadas por meio de suas pinturas.
Inspirado na sua herança indígena e africana, as obras de Mouro incentivam o encontro de símbolos e elementos tradicionais das duas culturas, que se misturam de forma forte e categórica, mas ao mesmo tempo com leveza e poesia.
Mouro vivenciou vários projetos na Casa, atuou diretamente com o arte educador Ernane Ferreira e foi convidado a participar da roda cultural com os jovens. Diego deixa sua arte expressa nos muros do território da Providência, nos lembrando que o graffiti é a arte livre para todos os moradores para além das galerias de arte que não alcançam o Morro.
Manoel Quiterio
O nosso artista residente Manoel Quiterio, de Pernambuco, vem realizando uma incrível transformação artística em algumas áreas da Providência, trabalhando duro com todas as crianças, adolescentes e até pais da comunidade. Em seu processo participativo, ele procura envolver e impactar pessoas em toda a comunidade, sem limite de idade ou experiência. Os moradores participaram de todas as etapas, desde a escolha dos temas até a pintura dos símbolos, num processo de cura coletiva do espaço público, a fim de ressignificar o dia-a-dia da Providência através das cores.
Paulo Accioly
Engenheiro ambiental (UFAL) e fotógrafo autodidata, trabalha com fotografia desde 2011. Em busca de uma formação que respaldassem e ajudasse a expandir suas criações artísticas, em 2020 Paulo se candidatou e foi o único brasileiro aceito para ingressar na primeira seção “Art et image” da escola Kourtrajmé, sob a direção do artista JR, na França. Atualmente, Paulo atua como artista visual, passeando entre fotografia digital e analógica, colagem e audiovisual, mas sempre utilizando a colaboração como norte do seu trabalho.
Durante sua residência, Paulo desenvolveu alguns projetos, incluindo o programa de intercâmbio com a turma da sessão Arts et Images de escola Koutrajmé, e o projeto em parceria com o arte educador pela dança Ernane Ferreira que intitulou a obra de ErêKauã. A Casa Amarela e Paulo Accioly com esse trabalho foram premiados nos festivais: Híbrido Festival de Videodança e Festival do Minuto em 2021.
ErêKauã foi um projeto experimental de audiovisual que nasceu da vontade de fundir as possibilidades de experiências entre Casa Amarela e Morro da Providência. Paulo em suas colagens trás um olhar para as diferentes paisagens do morro, que convidam o espectador a refletir sobre esse contexto. Para a construção dessa obra contamos com a orientação de Ernane na base estrutural do projeto, dando continuidade em sua trajetória com dança afro, pesquisas de referências utilizadas no trabalho, elaboração de figurino, preparação corporal e coreográfica junto ao protagonista Kauã Almeida de 12 anos, atuante na Casa Amarela desde os seis anos de idade.
Matheus Kappel
Matheus é especialista em Barbearia Clássica, viajante e sonhador. Criador do projeto itinerante "Cada Corte Um CEP", que visa instruir e qualificar para a profissionalização, e, que durante 5 dias de residência artística pode dividir conhecimentos e experiencias. "Quando tudo for pedras, atire a primeira flor", Casa Amarela é isso, é amor e resistência, é a confirmação de que a atividade social é necessária e eficaz. Sem dúvida uma das experiências de troca pessoal mais intensa que tiver o prazer de viver.
Redha Medjellekh
Um produtor e coreógrafo Francês, criador de Red Is Dancing, uma plataforma e agência especializada em dança, nos presentiou com a sua presença e trabalho incrível. Ele produziu um vídeo de dança introduzindo nossas meninas jovens mostrando o seus talentos em dança afro, hip-hop e funk com a ajuda de nossos professores de dança Ernane Ferreira e Juliana Melo, e uma orquestra de música clássica também oriunda da Providência, a “Orquestra de Rua”, composta por Gláucia da Silva Maciel, Gilbert Vilela Gomes Junior, Juliane Nascimento de Souza e Jéssica Cristina D’Ornelas.
Rachel Marks
Artista contemporânea, dançarina e educadora, baseada na França e professora de arte na Parsons Paris New School of Design. Ela ficou por duas semanas na nossas residência de artistas, e desenvolveu um projeto de natureza, intitulado “Naturae Liber”. Ela usa livros antigos e retorna-lhes no estado natural de árvores, de onde eles vieram. Durante a sua estadia, ela criou duas dessas árvores, trabalhando mais de 30 horas com os nossos jovens.
Delphine Diallo
Uma fotógrafa visual Franco-Senegalesa que mora em Nova York, se hospedou por cinco dias para viver uma experiência com a comunidade e dar aulas de lambe-lambe para os jovens! Foi um sucesso e uma nova experiência maravilhosa com as crianças que aprenderem a se comunicar em uma outra língua.
Sabrina Barrios
Uma artista brasileira baseada em Nova York e no Rio de Janeiro, passou duas semanas em nossa residência artística em setembro de 2018 para trabalhar em um projeto muito especial com as crianças. Ela criou com a ajuda e incrível determinação das crianças a obra de arte que ela chamou de Feixe, uma experiência imersiva de 4 andares, que retrata a situação atual no Brasil, do ponto de vista dos negligenciados. Tem um diálogo com as esculturas que estavam lá anteriormente (ex. A lua) e ajuda a informar a narrativa. O trabalho é participativo e critica a desigualdade. Foi uma experiência única tanto para as crianças quanto para Sabrina, que ainda está envolvida conosco na Casa Amarela mensalmente.
Max Frieder
Cofundador e codiretor de Artolution, um projeto de arte colaborativo desenvolvido no mundo inteiro em campos de refugiados e zonas de conflitos tanto em Bangladesh, Turquia, Columbia, Paquistão como em Calais, na zona norte da França. Ele passou quatro dias com a comunidade criando uma peça incrível de arte e música – o “foundstrument” (de objetos achados), usando objetos reciclados recolhidos pela favela pelas crianças. Foi de todos os projetos, o mais musical, colorido e surpreendente, no qual as crianças tiveram liberdade e experiência de tornar lixo em uma peça de arte.
Lauren Lovette
A bailarina principal do New York City Ballet, veio nos visitar por alguns dias em dezembro de 2018 e compartilhar algumas de suas histórias e experiências com as crianças. Ensinou uma aula de balé sobre a qual as crianças ainda conversam e passou dias na Providência recebendo toda a energia e o amor das crianças. Ela aprendeu "a ver uma parte do nosso mundo de uma maneira diferente" durante seu tempo em nossa residência artística. As crianças aprenderam que o balé é muito sobre disciplina e atenção, e continuam a crescer em sua compreensão de respeito e responsabilidade graças a este tipo de residências também.
Mariche Devise
Fotógrafa Francesa e gerente da equipe Clichés Urbains, passou uma semana inteira na Providência trabalhando com as crianças e adolescentes em um projeto de fotografia. Ela ofereceu aulas de fotografia com técnicas diferentes tanto de perspectivas como “lightpainting” também usando ideias como competição de “sleeveface” refletindo sobre questões como discriminação racial e vida política. No final de sua residência, todos os participantes receberam um certificado de participação e agora estão aguardando as próximas oportunidades de experiências com fotografia.