A ideia para formar um coletivo surge com o resultado das práticas aplicadas nas aulas de dança afro e expostas no nosso primeiro festival de 2018, porém o nome Quilombo da Provi surge apos o avanço do discurso político em aula, sendo uma das sugestões do educador em 2019, neste período o fio condutor das reflexões do campo eram extraídas do livro O QUILOMBISMO (Abdias Nascimento) e a ideia foi adaptada para Quilombo em busca de maior alcance da compreensão, entre outros nomes este acabou sendo o nome escolhido e adotado pelos viventes do grupo.
Partimos do principio do combate ao racismo religioso para nossas primeiras propostas a serem apresentadas aos moradores, com a finalidade de alcançar respeito e empatia com as religiões de matrizes africanas, religiões estas que histórica e sistematicamente sofrem com o processo persecutório enraizados no racismo religioso.
Gradativamente avançamos nos discursos e ampliamos nosso leque de possibilidades no refletir, afim de avançar cada vez mais no dialogo com os moradores em busca de alcance politico e social, tendo o processo cênico como didática.
O coletivo para além de um grupo de dança, opera como um espaço de acolhimento do vivente, abraçando suas subjetividades para potencializa-lo dentro de sua própria compreensão de si mesmo, visando um desenvolvimento pleno e saudável, de modo que ele tenha recursos estratégicos e psicológicos para se proteger dos impactos impostos por uma sociedade pautada nas segregações.
Espetáculo Obinrin Mimo
A capacidade de afetar e ser afetado pelo outro, pelo entorno, é fundamental para o um processo educativo que se propõe voltado para a compreensão e respeito às diferenças que nos constitui como sujeitos do cotidiano.
Azoilda Loretto da Trindade
Foi partindo da concepção de afeto que decidimos construir nosso espetáculo com a temática voltada para o ”sagrado feminino”, juntos pensamos e definimos um trabalho voltado para o corpo como um templo desprendido de rótulos sociais e conectado com sua própria energia vital que flui para além dos gêneros, podendo inclusive sentir, buscar entender e interpretar todos os desdobramentos possíveis dentro de cada percepção. Viabilizamos pensar a compreensão sagrada e carnal do feminino e consequentemente nos permitimos afetar pela nossa compreensão, afeto pode potencializar respeito.
O Coletivo de Erês Quilombo da Provi agradece o apoio de todos que abraçaram esta proposta e em especial as mães e mulheres responsáveis pelos viventes, sem as quais não conseguiríamos superar inúmeros obstáculos na jornada pela estruturação do nosso espetáculo.
Gratidão a todas as formas de forças presentes e direcionadas para nosso processo de avanço.
Auxilio e criação de elementos visuais, Douglas Dobby @douglasdobby
Figurinos e adereços, Quinzinho Quinze @quinzinho_15 (malhas @atelierguzzo)
Percussão e trilha, Ana Maga e Dai Ramos @anamaga.tambor @daii.ramos
Direção e concepção Ernane Ferreira @ernaneferreira_